Nesta terça-feira (3) o mundo se voltou para a Coreia do Sul após seu presidente declarar lei marcial.
“Declaro a lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças antiestatais pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade de nosso povo e para proteger a ordem constitucional livre”, disse Yoon.
Mas afinal o que houve no país? O que é “lei marcial”? Descubra neste artigo todas as implicações desta declaração e o histórico conflito entre as duas Coreias.
Lei marcial na Coreia do Sul: por que?
O presidente da Coreia do Sul inesperadamente impôs nesta terça-feira (3) a lei marcial no país utilizando como argumento a “limpeza” do território de espiões pró-Coreia do Norte. Em resposta, a oposição, que detém a maioria no Parlamento, alegou que o presidente busca expandir seus próprios poderes, levantando preocupações sobre um possível autoritarismo. Esse embate político acentuou as tensões entre o governo e os partidos opositores.
Cerca de três horas depois, deputados presentes no Parlamento sul-coreano aprovaram, em votação, a derrubada do decreto.

O que é “lei marcial”?
A Lei Marcial é aplicada em situações “excepcionais”, como resultado da eclosão de uma guerra ou em casos de desastres naturais e catástrofes. Essa medida permite, entre outras coisas, que as autoridades restrinjam a circulação de pessoas e estabeleçam toques de recolher, restringindo a população a permanecer em suas casas.
O portal da Câmara dos Deputados do Brasil define a Lei Marcial como um regime que “submete, durante o estado de guerra, todas as pessoas a um regime especial, com a suspensão das garantias civis e políticas, normalmente asseguradas pelas leis constitucionais em tempos de normalidade”. Em outras palavras, a medida suspende as leis civis, dando lugar as leis militares.

O conflito entre as duas Coreias
O conflito entre as Coreias do Norte e do Sul remonta à metade do século XX, quando a península coreana foi dividida após a Segunda Guerra Mundial. Em 1950, a invasão da Coreia do Sul pela Coreia do Norte deu origem à Guerra da Coreia, que durou até 1953 e resultou em um armistício, mas não em um tratado de paz formal.
Desde então, as duas nações coexistem em uma tensão constante, com a fronteira fortemente militarizada e uma série de confrontos públicos e militares ao longo das décadas.
Nos últimos anos, as relações entre os dois países oscilaram entre tentativas de diálogo e tensões severas. Em 2018, houve um desdobramento positivo com uma série de encontros entre os líderes sul-coreano e norte-coreano, incluindo uma histórica cúpula em abril. No entanto, as negociações laterais sobre o desmantelamento do programa nuclear da Coreia do Norte e a redução das sanções internacionais não resultaram em um acordo concreto.
Recentemente, as tensões aumentaram novamente. A Coreia do Norte intensificou suas atividades militares, realizando testes de mísseis e manifestações de poder militar, enquanto a Coreia do Sul tem insistido na necessidade de uma postura mais firme em resposta.

ainda mantem uma relação tensa
O desenrolar dos eventos e a forma como a população responderá a essa situação moldarão o futuro político do país. O desafio agora será promover a estabilidade, mas sem sacrificar os direitos fundamentais dos cidadãos.