Os vulcões estão entre as forças mais poderosas e devastadoras da natureza. Ao longo da história, algumas erupções causaram destruição em massa, mudanças climáticas e até o colapso de civilizações. Neste artigo, exploraremos os piores vulcões do mundo, suas erupções catastróficas e o legado de caos que deixaram para trás.
1. Monte Vesúvio (Itália) – 79 d.C.

Em 24 de agosto de 79 d.C. (ou possivelmente outubro, segundo estudos recentes), o Monte Vesúvio, um vulcão adormecido no sul da Itália, entrou em uma das erupções mais famosas da história. O Vesúvio, localizado próximo à baía de Nápoles, não era considerado uma grande ameaça antes disso, embora sinais geológicos como terremotos tivessem ocorrido anteriormente.
Quando o vulcão entrou em erupção, ele expeliu uma coluna de cinzas, pedras-pomes e gases superaquecidos a mais de 30 km de altura. Cinzas e pedras soterraram Pompeia, enquanto um fluxo piroclástico de mais de 500°C devastou Herculano, carbonizando tudo.”

certeza é a mais conhecida
Um dos únicos registros escritos da erupção vem de Plínio, o Jovem, que descreveu a catástrofe em cartas ao historiador Tácito. Seu tio, Plínio, o Velho, morreu tentando resgatar sobreviventes de barco—sua morte deu nome ao tipo de erupção vulcânica “pliniana” (explosiva e com coluna de cinzas alta). Calcula-se que 16.000 pessoas morreram, mas escavações revelaram apenas cerca de 1.500 corpos até hoje.
Porém, com a preservação de Pompeia, a cidade se tornou um sítio arqueológico crucial para entender a vida no Império Romano.
2. Krakatoa (Indonésia) – 1883

O Krakatoa começou a dar sinais de atividade em maio de 1883, com explosões e emissões de cinzas. Em 26 de agosto, a atividade aumentou drasticamente, com jatos de cinzas negras atingindo mais de 20 km de altura. Navios próximos relataram relâmpagos vulcânicos e estrondos ensurdecedores. No entanto, foi no dia seguinte que a explosão colossal ocorreu.
Após três erupções colossais, uma quarta explosão superou todas em violência: sua onda de choque circulou a Terra sete vezes, e testemunhas ouviram o ruído a 4.800 km de distância. A erupção gerou tsunamis de até 40 metros de altura, que devastaram regiões costeiras e mataram cerca de 36.000 pessoas. As ondas destruíram centenas de vilarejos e impactaram severamente o comércio marítimo.
As cinzas na atmosfera reduziram a temperatura global em 1,2°C por cinco anos. Além disso, partículas vulcânicas criaram auroras e céus avermelhados até na Europa e EUA (influenciando até a pintura “O Grito”, de Edvard Munch). Em 1927, um novo vulcão emergiu das ruínas do Krakatoa—o Anak Krakatau (“Filho do Krakatoa”). Ele continua ativo e já entrou em erupção várias vezes, incluindo um tsunami mortal em 2018.

3. Monte Tambora (Indonésia) – 1815

A erupção do Monte Tambora em 1815, na Indonésia, foi a mais poderosa registrada na história recente. Com um Índice de Explosividade Vulcânica (VEI) de 7, foi cerca de 10 vezes mais forte que a erupção do Krakatoa em 1883.
Em 5 de abril de 1815, uma enorme explosão foi ouvida a 1.400 km de distância. Cinco dias depois, em 10 de abril, o vulcão entrou em erupção catastrófica. A erupção do Tambora foi classificada como VEI-7 (Índice de Explosividade Vulcânica) e a explosão arrancou o topo do vulcão. Cerca de 11.000 pessoas morreram na região devido a fluxos piroclásticos, cinzas e gases tóxicos.
A enorme quantidade de cinzas e gases liberados na atmosfera bloqueou a luz solar, reduzindo as temperaturas globais. Em 1816, o mundo experimentou o chamado “Ano Sem Verão”, com colheitas fracassadas na Europa e América do Norte, resultando em fome e crises econômicas, o que consequentemente aumentou o número de mortos.

O céu escuro e avermelhado inspirou pinturas como “O Pôr do Sol de Turner”. A crise climática ajudou no desenvolvimento da meteorologia moderna.
4. Monte Pelée (Martinica) – 1902

Em 8 de maio de 1902, o Monte Pelée, um vulcão na ilha caribenha da Martinica, entrou em erupção de forma catastrófica, destruindo completamente a cidade de Saint-Pierre e matando quase 30.000 pessoas em minutos. Foi um dos desastres vulcânicos mais mortais do século XX e deu origem ao termo “fluxo piroclástico” como conhecemos hoje.
O Monte Pelée era considerado adormecido antes de 1902, mas em abril daquele ano, começou a dar sinais alarmantes. Apesar dos avisos, muitas pessoas permaneceram em Saint-Pierre, a então “Paris do Caribe”, uma cidade próspera com cerca de 28.000 habitantes. Quase todos os moradores morreram instantaneamente —apenas 2 ou 3 sobreviventes são confirmados.

moderna para monitorar vulcões ativos.
Essa erupção foi tão marcante que deu nome ao tipo “erupção peleana”, usada para descrever eventos semelhantes no mundo todo. Além disso, a tragédia levou ao desenvolvimento da vulcanologia moderna para monitorar vulcões ativos.
5. Nevado del Ruiz (Colômbia) – 1985

Localizado no departamento de Tolima, o Nevado del Ruiz é um estratovulcão coberto por geleiras. Por volta das 21h do dia 13 de novembro, o Nevado del Ruiz entrou em erupção, expelindo uma coluna de cinzas e gerando um fluxo piroclástico que derreteu parte da geleira no topo do vulcão. A água misturada com cinzas, rochas e detritos formou gigantescos lahars que desceram os vales dos rios Lagunilla e Azufrado em direção a Armero.
Em questão de minutos, ondas de lama de até 40 metros de altura engoliram a cidade, arrastando casas, veículos e pessoas. O fluxo piroclástico surpreendeu a maioria dos moradores enquanto dormiam. Uma das imagens mais marcantes da tragédia foi a de Omayra Sánchez, uma menina de 13 anos que ficou presa nos escombros por três dias antes de morrer. Sua agonia foi transmitida ao vivo pela TV, tornando-se um símbolo da falha na resposta de emergência.

do século XX
Geólogos haviam previsto o desastre meses antes, e suas ações teriam salvo muitas vidas se os responsáveis tivessem agido a tempo.
6. Eyjafjallajökull (Islândia) – 2010

Apesar de não tenha sido uma erupção tão severa quanto as outras, ela entra nesta lista pelo seu impacto econômico e por ter causado o maior fechamento do espaço aéreo desde a Segunda Guerra Mundial.
O Eyjafjallajökull (pronuncia-se “ei-ya-fyat-la-yo-kutl”) é um vulcão coberto por uma geleira no sul da Islândia. Sua última erupção significativa havia ocorrido em 1821-1823. Quando o magma encontrou o gelo, ocorreu uma erupção freática explosiva, lançando uma enorme nuvem de cinzas que atingiu cerca 9 km de altitude. Além disso, houve também enchentes glaciais (jökulhlaups) que danificaram estradas e pontes.
A nuvem de cinzas, rica em partículas de sílica abrasivas, representava um risco extremo para aviões, pois poderia danificar turbinas e sistemas de navegação e também reduzir a visibilidade drasticamente. Como resultado, mais de 100.000 voos foram cancelados, afetando milhões de passageiros e acarretando um prejuízo estimado em US$5 bilhões.

do espaço aéreo desde a Segunda Guerra Mundial.