Desde o surgimento dos videogames, um debate fervoroso tem surgido sobre sua influência no comportamento humano, particularmente em relação à violência. Algumas pessoas acreditam que os jogos podem incitar comportamentos violentos, enquanto outros argumentam que não há evidências concretas que sustentem essa acusação.
Neste artigo, exploraremos dados científicos sobre essa questão, analisando a relação entre videogames e a violência, além de mencionarmos casos em que os jogos foram mencionados como culpados por atos violentos.
A Ciência por trás dos Videogames e da Violência
Estudos acadêmicos têm investigado a conexão entre a exposição a jogos violentos e comportamentos agressivos. Um dos estudos mais recentes, conduzido pela Universidade de Oxford e divulgado em fevereiro, avaliou mais de mil adolescentes e seus pais. A pesquisa concluiu que os jovens que jogam videogame regularmente não são mais propensos à violência do que aqueles que não jogam. Andrew Przybylski, o professor que liderou a pesquisa, observou que, embora os jogadores possam expressar sentimentos de raiva em virtude de frustrações relacionadas ao jogo, esse comportamento não se correlaciona diretamente com ações agressivas na vida real. Ele também apontou que muitos estudos anteriores sobre a relação entre videogames e violência podem ter sido influenciados por preconceitos dos pesquisadores, o que pode ter levado a conclusões distorcidas.

violentos?
Além disso, muitos cientistas sociais argumentam que fatores externos, como a educação, a dinâmica familiar e as condições socioeconômicas, desempenham papéis mais significativos em comportamentos violentos do que a exposição a jogos eletrônicos. De acordo com uma pesquisa da American Psychological Association, a maioria dos jogadores de videogame não se envolve em comportamentos violentos, o que sugere que os jogos não são o principal determinante da agressão.
Casos de Violência e a Culpa dos Videogames
Apesar de uma vasta quantidade de evidências científicas que indicam a ausência de uma ligação direta, os videogames frequentemente recebem atenção após incidentes de violência. Casos notórios, como os tiroteios em Columbine (1999) e na Escola Primária Sandy Hook (2012), levaram à busca de um bode expiatório em forma de cultura pop, especificamente jogos violentos como “Doom” e “Call of Duty”. Após esses eventos, muitos meios de comunicação e políticos culparam os videogames pela violência.

questionamentos sobre a causa
Em 2013, um caso no Brasil despertou novamente o debate. O caso Pesseghini refere-se à chacina ocorrida em agosto de 2013 na qual 5 pessoas da família foram mortas, tendo como principal suspeito o jovem Marcelo de 13 anos que também foi uma das vítimas. Segundo seus colegas, Marcelo era fã da franquia “Assassin’s Creed” e acabou criando um grupo baseados nos jogos, que tinha como objetivo obter energia através do assassinato de membros da família ou amigos próximos. O jovem também costumava exibir fotos dos personagens e até se vestia de forma semelhante.
No entanto, investigações subsequentes geralmente não encontraram uma ligação substancial. No caso de Columbine, descobriu-se que os perpetradores não apenas tinham interesses variados, mas também eram influenciados por uma série de fatores sociais e psicológicos. Além disso, a maioria dos adolescentes que joga não se envolve em comportamentos violentos.

rivalidade entre Assassinos e Templários.
Videogames e a Violência: Conclusão
Embora existam estudos que indiquem uma correlação entre jogos violentos e agressão, a maioria das pesquisas científicas sugerem que a relação é muito mais complexa e que os videogames não são a causa primária da violência. Fatores como ambiente familiar, contexto social e características pessoais têm um impacto muito mais significativo no comportamento humano.

jogos e atos violentos
Os videogames podem servir como uma forma de escape e entretenimento para milhões de pessoas sem se tornarem o foco de comportamentos violentos. O desafio contínuo permanece em educar o público sobre a verdadeira natureza dos jogos e os fatores que realmente influenciam a violência. Portanto, é essencial continuar a pesquisa e a discussão sobre esse tema, focando em dados científicos e na análise crítica de incidentes trágicos.